Marcação de animais – A maneira correta de marcar a frio

A marcação é um processo eficiente para monitorar a origem dos animais. O procedimento a frio é seguro, prático, tem boa visualização e não desaparece facilmente. A marca fica em evidência e tem fácil leitura, pois a pigmentação dos pelos é destruída deixando-os branco. Saiba a maneira correta de fazer a marcação a frio:

Procedimentos

– No dia da marcação, ou no máximo no dia anterior, fazer a raspagem do pelo com lâmina de barbear, tendo o cuidado de não ferir o animal – se o pelo estiver muito longo usar inicialmente uma máquina tosquiadeira.

– Colocar as marcas a serem usadas em recipiente contendo nitrogênio líquido em volume suficiente para que as marcas fiquem cobertas e somente usá-las quando a temperatura da marca e do nitrogênio estiverem estabilizadas (o nitrogênio para de borbulhar).

– Instantes antes da marcação, passar uma gaze embebida em álcool para remover a oleosidade da pele e auxiliar na troca de calor entre a pele e a marca.

– Conter adequadamente o animal a ser marcado, pressionar a marca suficientemente, assegurando um contato mais uniforme possível entre marca e pele, pelo tempo necessário. (ver tabela 1).

–  Após os 10 segundos iniciais, o animal tende a sentir dor e tentará mover-se. Após esse momento, o local de aplicação fica dormente e o animal torna a acalmar-se. Deve-se ter atenção aos possíveis movimentos de desconforto do animal, procurando manter a pressão firme à marca para que não ocorram problemas (borrão e marca pouco legível).

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Comportamento da pele

Inicialmente, a pele ficará levemente afundada e congelada no formato da marca. Após alguns minutos a pele descongelará, adquirindo uma vermelhidão acentuada, também no formato da marca. Essa etapa é seguida por um inchaço considerável que deve durar entre 1 e 3 dias, dependendo do tempo de exposição ao marcador. Durante as 3 ou 4 semanas seguintes pode haver descascamento de pele na região afetada mas a marca já estará legível.

 

           Tabela 1: tempo de marcação usando marcadores de ligas de cobre (em segundos)

 Animais

     Nitrogênio Líquido

   Gelo Seco

       Pelo Escuro

     Pelo Claro

     Pelo Escuro

      Pelo Claro

     Cavalo (até 2 anos)

          6 a 12

      até + 14

        16 a 24

       até + 60

     Cavalo (adulto)

          8 a 12

      até + 14

        20 a 40

       até + 60

     Gado (bezerro)

         21 a 24

      até + 35

30 a 50

       até + 60

     Gado (adulto)

         25 a 30

      até + 35

40 a 50

       até + 60

 

Se o tempo de aplicação da marca for muito prolongado não haverá renascimento dos pelos, ficando o couro “careca” no formato da marca. Isso deve ser feito em animais de pelagem branca ou clara onde a visualização da marcação por menos tempo não é boa. Se, por outro lado, o tempo de marcação for muito curto, nenhuma marcação (seja por pelos brancos ou por couro “careca”) será visível.

 

Fonte:

– Sistema de Identificação de eqüídeos do Pólo Regional Alta Mogiana – COLINA/SP

– Boas práticas de manejo (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/manual_de_identificacao.pdf)

– Nota Técnica – J. Bertram, B. Gill and J. Coventry, Animal Production, Alice Springs – Australia

(http://www.nt.gov.au/d/Content/File/p/Anim_Man/211.pdf)

 

Confira os outros textos da série Marcação de Animais:

Marcação de animais – Fabricação de marcadores

Marcação de animais – Incandescente

Marcação de animais – Criogênica

 

Leia também:

Como marcar corretamente os animais

Marcação de animais – Criogênica

A marcação de animais a frio, a criogênica, é um processo que causa menos dor ao animal. A aplicação da marca, depois de imersa em nitrogênio líquido (também conhecido por azoto líquido), destrói seletivamente as células responsáveis pela pigmentação dos pelos e da pele. Assim, quando tornarem a crescer, os pelos estarão brancos sobre couro despigmentado.

Se o processo for feito adequadamente, dispensará curativos ou suporte ao animal e pode ser realizado a partir da desmama. No prazo de 6 a 8 semanas da aplicação da marca, os pelos brancos substituirão àqueles existentes, fazendo com que a identificação fique legível.

Uma alternativa mais barata que o nitrogênio líquido é uma combinação de gelo seco (dióxido de carbono solidificado) com álcool (etanol ou metanol em concentração acima de 95%).

Tanto o nitrogênio líquido quanto o gelo seco podem causar queimaduras sérias ou asfixia e precisam de muito cuidado no manuseio e no transporte.

Farmer and veterinarian checking on cows

Três recomendações importantes:

–  Transporte, guarde e use o líquido refrigerante em container adequado e ambiente ventilado.

–  Manuseie apenas se estiver usando equipamento de proteção: luvas, óculos, roupas e calçados.

–  Não use material inflamável (álcool) perto de qualquer tipo de chama.

A ligas metálicas que têm apresentado melhores resultados são as que usam cobre (bronze e latão). As marcas devem ser compatíveis com o porte do animal: para animais na desmama, elas deverão ter cerca de 60 mm de altura e para animais adultos poderão ter entre 80 e 100 mm, respeitada a normativa do M.A.P.A. (a marca deve ser inteiramente contida em um círculo de 110 mm de diâmetro). Desenhos com linhas mais largas, cerca de 5 mm, têm melhor resultado. 

 

Fonte:

– Sistema de Identificação de eqüídeos do Pólo Regional Alta Mogiana – COLINA/SP

– Boas práticas de manejo (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/manual_de_identificacao.pdf)

– Nota Técnica – J. Bertram, B. Gill and J. Coventry, Animal Production, Alice Springs – Australia

(http://www.nt.gov.au/d/Content/File/p/Anim_Man/211.pdf)

 

Confira na próxima publicação a maneira correta de marcar o animal a frio.

 

Leia também:

Como marcar corretamente os animais

Marcação de animais – Fabricação de marcadores

Marcação de animais – Incandescente

 

Marcação de animais – Incandescente

Independente do material (ferro, aço inox, bronze ou latão), todos os marcadores se prestam para marcação a quente (incandescente) ou a frio (criogênica). Neste texto, vamos nos atentar ao processo incandescente.

Entretanto, o bronze e, principalmente, o latão são metais de baixo ponto de fusão e requerem cuidados especiais na utilização incandescente: o marcador precisa ser retirado do aquecimento assim que comece a ficar incandescente sob pena do marcador derreter. Por isso, a Tod Metais não fornece garantia nos marcadores de bronze ou latão.

Apesar de não haver estudos de tempo para aplicação do marcador incandescente, a experiência nos diz que quanto mais rápido, menor o risco da marca borrar. O contraponto dessa recomendação é que, se o tempo for insuficiente, a marca pode apagar parcial ou totalmente. A marcação deve queimar os pelos e atingir o couro, mas não o músculo.

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O processo é bastante difundido e conhecido, aqui vão as recomendações:

– Utilizar o marcador bem quente.

. Ferro ou inox – bem rubro;

. Bronze ou latão – ver restrições acima.

– Quanto mais imobilizado o animal, menor o risco da marca mexer e o resultado ficar mal definido.

– Aplicar a marca de maneira firme, mas sem fazer força.

– Marcações em dias secos sobre animais secos e limpos costumam obter melhores resultados.

– Em gado de pelagem curta, por exemplo, uma marcação de 3 a 4 segundos deve produzir resultado satisfatório.

– Numa marcação adequada, após a aplicação e retirada do marcador, a marca deve ter coloração marrom e não deve apresentar ferimentos com sangramento.

– Uma prática bastante difundida é a aplicação de óleo queimado após a marcação para evitar infecções ou formação de “cascas”. Entretanto, no caso de ocorrência de bicheiras ou inflamações, trate o animal o quanto antes, seguindo as recomendações do veterinário.

Fonte:

– Sistema de Identificação de eqüídeos do Pólo Regional Alta Mogiana – COLINA/SP

– Boas práticas de manejo (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/manual_de_identificacao.pdf)

– Nota Técnica – J. Bertram, B. Gill and J. Coventry, Animal Production, Alice Springs – Australia

(http://www.nt.gov.au/d/Content/File/p/Anim_Man/211.pdf)

 

Confira na próxima publicação como se utiliza a marcação a frio, a criogênica.

 

Leia também:

Como marcar corretamente os animais

Marcação de animais – Fabricação de marcadores

Marcação de animais – Fabricação de marcadores

O emprego da marcação de animais a ferro quente ocorre há milhares de anos. Inicialmente, o objetivo era identificar o proprietário e, mais recentemente, identificar associações de criadores. A marcação também ocorre em algumas práticas de manejo como no controle de vacinação.

Além disso, utiliza-se a marcação para o correto reconhecimento individual de um animal e é um dos principais preceitos zootécnicos voltados à avaliação do desempenho do próprio animal bem como de seus descendentes.

Há diversas formas de marcação em animais. Neste texto, vamos nos deter a fabricação de marcadores. Em geral, emprega-se 4 tipos de metais ou ligas metálicas:

– Ferro;

– Aço inoxidável (liga de ferro, carbono, níquel e cromo);

– Bronze (liga de cobre e estanho);

– Latão (liga de cobre e zinco).

Processos de Fabricação

Os marcadores de ferro são forjados (a quente ou a frio). Apesar de ser um processo de fabricação de baixo custo, tem dois inconvenientes:

– Não tem a mesma precisão do processo de fundição, resultando em marcadores “parecidos” com a marca original;

– O ferro é muito suscetível à oxidação pelo calor, resultando, nas marcações a quente, em rápida degradação do metal – vai “descascando” e afinando, trazendo risco de ferir o animal.

A grande vantagem do aço inox é que ele é incomparavelmente mais resistente do que o ferro ao processo de oxidação pelo calor. Os marcadores de aço inox podem ser produzidos por fundição ou por corte/dobra/solda.

O processo de fundição é muito preciso e permite que sejam produzidos marcadores de, praticamente, qualquer desenho. Entretanto, requer fornos de alta temperatura e moldes cuja fabricação é bastante cara. Por isso, é economicamente inviável.

A alternativa é o uso do corte/dobra/solda. Através de um processo artesanal, chapas de aço inox são cortadas, dobradas e soldadas até chegar ao desenho final da marca. O inconveniente é a pouca liberdade para o desenho da marca: as linhas não podem variar – têm que ter a mesma espessura da chapa de aço do início ao fim.

À esquerda desenho com linhas de espessura variável. À direita desenho com linhas de espessura fixa.
À esquerda desenho com linhas de espessura variável. À direita desenho com linhas de espessura fixa.

Já o bronze e o latão, por serem ligas de ponto de fusão relativamente baixo, permitem que os marcadores sejam fabricados pelo processo de fundição com todas as vantagens: precisão e liberdade de desenho.

Na Tod Metais trabalhamos com chapas de aço inox 304, certificado, nas espessuras de 2, 3, 4 e 5 mm (medidas aproximadas). Faça já sua encomenda, entregamos para todo o Brasil. Entre em contato conosco: http://goo.gl/N7CphN

Fonte:

– Sistema de Identificação de eqüídeos do Pólo Regional Alta Mogiana – COLINA/SP

– Boas práticas de manejo (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/manual_de_identificacao.pdf)

– Nota Técnica – J. Bertram, B. Gill and J. Coventry, Animal Production, Alice Springs – Australia

(http://www.nt.gov.au/d/Content/File/p/Anim_Man/211.pdf)

 

Confira na próxima publicação como se utiliza a marcação a quente, a incandescente.

 

Leia também:

Como marcar corretamente os animais